sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lendas de Guerra - A unificação dos Reinos - Capítulo X

- Capítulo X –



Os arqueiros de Vallars aguardavam a ordem para disparar sobre o exército que se aproximava, mas a ordem não foi dada. Malcon queria deliciar-se daquele momento e liderou o exército montado no seu cavalo empunhando a sua longa espada. Lorya teria abandonado a fileira das arqueiras colocando-se com a sua lança lado a lado de Rave e Alexis.
- Quem é que vai liderar os arcos?
- Eu dei as instruções necessárias, neste momento precisas mais de espadas do que arcos. Estou certa?
Rave assentiu sem desviar o seu olhar do Cavaleiro dourado que não cedia à proximidade, aguardava por outro lado que Jak cedesse e se aproximasse.
- Temos alcance para abatê-lo? – Questiona Alexis.
- Não, está fora de alcance, talvez se o conseguíssemos fazer-se aproximar! – Comenta Lorya sem demonstrar muito interesse.
- Não temos tempo para planos agora. Vamos formar um círculo de combate na frente do exército, vamos quebrar a marcha deles.
Os soldados de Jak alcançaram aquela frente de Vallars num estrondo terrível, corpos começaram a ser mutilados, trespassados por aquelas enormes lanças que foram içadas para frente. A ordem foi dada e as arqueiras soltaram as flechas que mergulharam com um cálculo perfeito trespassando pescoços, braços e pernas de uma minoria de soldados. Os guerreiros de Vallars começaram a pousar as lanças e a desembainharem espadas longas para um combate directo. Tinha começado. Ao sinal de Rave um pelotão de trezentas arqueiras recolheu os arcos e desembainharam espadas curtas avançando em corrida pelo terreno. Mais à frente já não havia ordem, todos lutavam pelas suas vidas da melhor forma que podiam. No entanto dois homens de Jak distinguiam-se pela técnica exímia que exibiam apanhando os soldados de surpresa. Rave e Alexis combatiam de costas um para o outro quebrando a muralha de ferro, Rave estraçalhou sete vidas numa combinação de golpes em quatro segundos. As armaduras, os escudos e as espadas pesadas tornavam os soldados lentos. Contra os assassinos mais rápidos do planeta era um facto letal, no outro extremo do campo o cavaleiro dourado estraçalhava vidas com golpes certeiros, cortando cabeças, rachando crânios, sempre mantendo-se na devida distância das arqueiras.
As arqueiras de espadas alcançaram a frente da batalha, eram ágeis usavam adagas e espadas curtas, saltavam por cima dos homens, deslizavam por debaixo deles como se fossem raposas proferindo golpes certeiros. Aquela antes muralha de ferro estava dividida ao meio. O combate prolongava-se por minutos desesperantes até que a determinada altura teriam perdido a noção do tempo numa batalha infernal contra o último suspiro. Lorya era uma guerreira exímia, combatia a poucos metros de Rave e Alexis, mais de cem corpos já jaziam entre a morte e a vida naquele círculo de guerra junto aos seus pés. Ao sinal de Malcom a infantaria leve, os famosos guerreiros de Vallars que teriam permanecido como espectadores até o momento avançaram em corrida. Malcom que estava rodeado de rebeldes que tentavam a todo custo colhê-lo como troféu viu-os serem varridos por aquela frente poderosa que avançava em velocidade pelo terreno ceifando dezenas de vidas. De um momento para o outro Rave apercebeu-se que iria acabar em breve. Todos iriam morrer nos próximos minutos a menos que ele arriscasse.
- O Malcom tem de morrer! – Gritou ele exasperado para Lorya. Sem tempo para lhe responder cercada de inimigos Lorya assentia. Voltando-se para Alexis deu lhe indicações rapidamente.
- Mantém-me vivo miúdo, dá-me cobertura.
- Rave são pelo menos quinhentos metros! Tu nunca vais conseguir, aquele lado está completamente perdido!
- Dá a ordem de retirada, se eles vos seguirem manda abrirem fogo para lhes fechar a entrada nos bosques.
- Rave eu…
- Tu estás no comando agora faz o que te digo! – Replicou Rave em alta voz enquanto trespassava a garganta de um soldado que falhou a cabeça de Alexis por milímetros.
Rave avançou em corrida proferindo golpes rápidos pelo caminho, libertou-se da armadura leve que carregava tornando-se ainda mais rápido. Saltava por cima dos soldados como se fossem pedras e muros a uma altura em que já nenhum soldado de Jak estava ao seu alcance. Embateu de frente contra a infantaria leve que atrasou o seu passo mas de longe o travou, começou a esquartejar tudo que se movia à sua frente sentindo alguns cortes na sua pele desprotegida.
Um soldado habilidoso, um comandante pela armadura colocou-se no seu caminho embatendo a espada contra a dele empurrou-o para a frente atingindo-lhe com o escudo na cabeça, o segundo golpe que seria da sua espada foi travado a tempo. Rave desarmou-o e trespassou-o pelo estômago sentindo também o seu sangue escorrer-lhe da cabeça. Prosseguiu abatendo rapidamente mais quatro soldados. Erguendo-se por cima de um homem volumoso e robusto pisou-lhe na cabeça e elevou-se a alguns metros de altura embatendo a espada na do cavaleiro dourado que desviou em apuros o golpe jogando-o por terra.
Rave caiu sobre o chão violentamente, atordoado, levantou-se lentamente com a vista turva tentando focar desesperadamente o cenário que o rodeava antes que a sua vida fosse ceifada. Quando os soldados preparavam-se para trespassá-lo a ordem surgiu daquela voz imponente e autoritária.
- Deixem-no! Esse é meu! – Malcom queria o seu troféu, nada melhor do que o único homem digno de ser morto que teria encontrado nos últimos dias. Levantou a sua espada e avançou com todo o seu vigor.
- Luta justamente! – Gritou Rave para o adversário.
- Eu sou um lorde, seu porco miserável. – Responde Malcom quanto preparava-se para atingi-lo na cabeça com a sua espada longa. Rave deslizou agilmente pelo chão, num golpe certeiro sobre as articulações das pernas do cavalo. O grande animal tombou sem forças jogando o seu dono violentamente contra o chão.
- Um lorde de pouca honra pelos vistos. Agora lutas justamente? Ou vais chamar os teus soldados para te salvarem?
Malcom trespassou brutalmente o seu cavalo moribundo e avançou em fúria sobre Rave, começou a distribuir golpes elegantes e fortíssimos, Rave desvia-se agilmente da fúria do filho de Vallars. O exército estava suspenso observando-os impacientemente. Aproveitando uma falha do lorde, Rave atinge-o violentamente com uma cotovelada nos lábios que começam a jorrar sangue de imediato. Malcom coloca a mão à boca, intensificando ainda mais à sua fúria, apontou um golpe frontal com toda a sua força. Rave contornou aquele ataque rodopiando o seu corpo pelo corpo do cavaleiro como que partilhassem uma dança, deslizou a sua espada atravessando o corpo de Malcom, arrancando sem misericórdia a sua vida. O corpo caiu tombado sobre o chão. Rave estendeu o seu olhar sobre o outro lado do campo a longos metros de si, os sobreviventes alcançavam a floresta e uma muralha de fogo separava-os dos soldados de Vallars. Estava orgulhoso do seu pupilo, enfrentava agora o seu destino em paz, cercado por milhares de guerreiros aguardando que a sua vida lhe fosse tirada.

4 comentários:

  1. achei seu blog por acaso, li o ultimo post por acaso, e nossa! que feliz eu fui! vou tentar ler os posts do inicio, não sei quando vou conseguir fazer isso, mas vou tentar tirar um tempo para sua página. gostei muito do que vi por aqui. parabéns.

    juliana Neves- nossa estante- 1 ano falando sobre livros

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  2. Obrigado Juliana? É mais do que bem-vinda por aqui! Vou seguir seu blog também.

    Um abraço
    Joel Flor

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  3. Joel adoramos seu blog ><
    até mostrei para meus pais que adoram ler
    conseguiu 5 fãs \o/

    abraços!

    ( se quiser conhecer mais nosso(s) blog(s)
    #FicaDica: http://liceucultural.wordpress.com/
    http://antologiadevir.wordpress.com/
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  4. Muito obrigado por esse carinho! Irei visitar os seus blogs tambem!

    Um abraço
    Joel Flor

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