
Era
uma daquelas noites quentes de verão em que o perfume do sol permanece na sua
ausência. A estrela permanecia inquieta, escondia-se ocasionalmente entre as
nuvens mas logo tornava a esbanjar a sua presença numa magia espontânea. Ela
permaneceu indiferente até que notou algo estranho, aquela forma dançante de
luz começou a crescer, ganhando proximidade e a sua presença não pode mais ser
ignorada. Desceu como um relâmpago sobre os montes provocando um enorme clarão
sobre vários quilómetros, como se o sol tivesse despertado por alguns segundos.
Incrédula,
ela observa tudo ao seu redor mas estava só, não havia ninguém para partilhar
aquela visão extraordinária e terrível. O seu coração batia forte e
incansavelmente num ritmo que lhe cortava a respiração. A sua mente estava
dispersa, perdida, entre a incredulidade e o raciocínio. Então correu ao
encalço daquela luz que começava a se apagar entre os montes, se encolhendo
sobre a escuridão. Alcançou-a depois de uma corrida interminável, mas
susteve-se quando sobre a terra, sobre um círculo de fogo, um anjo chorava a
sua queda.
(Joel
Flor)
Ao fim de alguns meses ausente neste blog, é com alegria que retorno as letras. Um abraço a todos.
ResponderExcluir