O autor prepara o cenário, a história de fundo: um jovem num acidente de viação perde a namorada e sobrevive num estado vegetativo; nesse estado de subconsciência renasce para um cenário em que nada tinha acontecido e projecta uma sequela de vida, dando-lhe um curso normal.
Convenhamos que à partida a trama, o enredo da história é aliciante. Mais, a fronteira entre o ilusório e o real devanece-se porque desperta no leitor, inevitavelmente, auto-projecções. Todos nós perante encruzilhadas da vida tomamos as nossas opções, fruto de escolha ou de destino. E quantas vezes detemos a pensar como seria a nossa vida se, a dado passo, tivéssemos seguido o caminho A ao invés do caminho B?
Obviamente que este "Espírito Selvagem" não se limita a este enquadramento de cenário. Todo o livro, em termos de criatividade, se desenvolve, sólida e envolventemente com todas as personagens interligadas ao conflito central. Diria aliás que é um livro que se lê imparavelmente sem fôlego.
E agora, voltando ao que referi no início: caro Joel, não há formulas imparáveis para se alcançar o sucesso; contudo, afirmo-o com alguma experiência no campo editorial, que a originalidade, a desenvoltura e criatividade como contróis o alicerce de um romance, deste romance, cumpre o que o leitor espera quando compra um livro, Algo que surpreenda, que liberte a sua imaginação, que o faça pensar, que lhe proporcione desafios, que o envolva.
Caro Joel. Vais no caminho certo. Tudo mais será o destino.
Texto de Jorge Castelo Branco
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